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Bartolomeu, vai e vive!

Intrépido em sua convicção

Havia um homem solitário e sem ação

Certo de que era feliz em sua ilusão

Assumiu atitude ranzinza, facilitando a isolação

 

Em dia ensolarado

Depara-se conturbado

Ganhara, de repente, vizinhos

E seu coração egoísta, ficara anestesiado

 

Não procurou floreios

Olhou-os com mal humor e disse sem receios:

Até hoje, bem eu vivia

Em paz e tranquilidade

Era uma verdadeira harmonia

Vós chegastes e isto acabou

Por isso, não me tomem por amigo

E assim, volveu a casa

E se fechou

 

Pela janela por vezes via

Que brincavam crianças pelo jardim com demasiada alegria

Falava internamente

Como era infeliz aquela gente

Que teimava em lhe perturbar a mente

 

Certo dia, levantou-se indisposto

Parecia-lhe virose ou algo semelhante

Foi ao médico e descobriu a notícia alarmante

Era o eminente desenvolvimento de um câncer

 

Entristeceu-se, bradou à Deus

Logo ele que era tanto justo e consciente

Caíra numa cama doente

Para encerrar-se num triste fim

Porém, Deus, compassivo, respondeu-lhe assim:

Dei-te, meu filho, uma família afim

Não soubeste até agora aproveitar

Quando de regresso ao lar

Volta-te a eles, vai saudar

E nesse pequeno gesto, viverá

 

Bartolomeu, ensimesmado

Contrariado consigo mesmo

Chegou, viu-os e demonstrou pequeno sinal de apreço

Alegria se fez presente

No coração de toda essa gente

Que tinham Bartolomeu como débil parente

 

Quando cumprimos os desígnios do Criador

Não temos outra possibilidade

Senão desfrutar do simples e puro amor.

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